Relatório – Obesity: Health and Economic Consequences of an Impending Global Challenge

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O Banco Mundial lançou esse ano o relatório “Obesity: Health and Economic Consequences of an Impending Global Challenge”. O relatório mostra o impacto do sobrepeso e da obesidade para a economia e para a saúde, focando especialmente no impacto para pessoas com menor renda e em países de renda baixa ou média.

O documento apresenta diversos achados sobre sobrepeso e obesidade e complementa os relatórios técnicos sobre esse assunto em quatro aspectos: 1) se concentra na identificação de oportunidades baseadas em evidências para reformas e investimentos em políticas fiscais e regulatórias em vários setores que possam potencialmente prevenir sobrepeso e obesidade; 2) aponta desafios de implementação e lições aprendidas em vários estudos de caso de países em que políticas ou intervenções para prevenir sobrepeso e obesidade foram implementadas em escala; 3) identifica uma agenda de ação e os instrumentos que o Banco Mundial e outras instituições similares podem usar em um futuro próximo para apoiar os países na abordagem da epidemia de sobrepeso e obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis relacionadas (DCNT) ; e 4) reitera os resultados de pesquisas de recentes publicadas no Lancet, que sugerem que mudanças na alimentação e nos sistemas alimentares também são essenciais para enfrentar o desafio contínuo da obesidade, da desnutrição e baixa estatura infantil, juntamente com os crescentes desafios das mudanças climáticas. Também identifica áreas-chave que requerem mais pesquisas e avaliações que podem ser importantes para ações futuras nessa área.

A bomba-relógio da obesidade tem enormes impactos econômicos e de saúde em potencial, especialmente para as pessoas com baixa renda. Em 2016, foi estimado que 44% dos adultos (mais de 2 bilhões) em todo o mundo estariam com sobrepeso ou obesidade, e mais de 70% deles vivem em países de baixa ou média renda (figura ES.1). Ainda, globalmente, mais de 70% dos países enfrentam atualmente uma carga dupla de má nutrição, representada por uma alta prevalência de desnutrição e de obesidade, e a grande maioria destes é de renda baixa ou média. À medida que a renda per capita aumenta, o ônus da obesidade passa para as áreas pobres e rurais em países de renda baixa ou média, sendo mais de 55% do aumento global da obesidade encontrado em áreas rurais. Atualmente, a maioria dos países do mundo com altos níveis de dupla carga de má nutrição é encontrada na África Subsaariana, no Sul da Ásia, em países selecionados do Sudeste Asiático (a Indonésia é a mais proeminente) e na Guatemala.

De acordo com o relatório, três conjuntos de fatores podem afetar as taxas de sobrepeso e obesidade: (1) desnutrição precoce e crescimento linear reduzido; (2) gasto energético reduzido através de mudanças na tecnologia e no estilo de vida em todas as fases da vida; e (3) um conjunto de fatores ligados à mudança dos sistemas alimentares e as mudanças resultantes no consumo de alimentos e nos comportamentos alimentares. As análises apresentadas no relatório sugerem que várias condições que surgem com a globalização, urbanização e desenvolvimento tecnológico estão impulsionando o aumento das taxas de obesidade globalmente. A estrutura conceitual (figura ES.3) destaca os fatores diretos e indiretos associados à obesidade.

Para o Brasil, projeta-se uma duplicação dos custos com saúde relacionados à obesidade, de US$ 5,8 bilhões em 2010 para US$ 10,1 bilhões em 2050.

O aumento dos custos com assistência médica, associado ao aumento das taxas de obesidade é uma tendência em todo o mundo, e sobrepeso e obesidade são fatores de risco significativos para as DCNT (figura ES.2). Os efeitos da obesidade na produtividade, aposentadoria precoce e incapacidade ainda são pouco estudados em países de renda baixa e média.

A mensagem geral é que o aumento dos custos com saúde, associado ao aumento das taxas de obesidade, é uma tendência nos países de renda alta, média e baixa. Prevenir a obesidade, portanto, faz sentido do ponto de vista das finanças públicas. Governos e outros atores têm um papel fundamental a desempenhar nesse esforço, inclusive garantindo que os consumidores sejam informados sobre a saúde e outras consequências de suas escolhas alimentares e de seus modos de vida.

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