Uma pesquisa recente avaliou a tendência temporal da prevalência de obesidade mórbida na população adulta das capitais brasileiras entre os anos 2006 e 2017, a partir dos dados do VIGITEL.
Houve aumento da prevalência de obesidade mórbida em todas as capitais do Brasil, para ambos os sexos, entre os indivíduos da faixa etária de 25 a 44 anos, moradores de todas as regiões do país e em todos os níveis de escolaridade.
As mulheres apresentaram uma maior prevalência quando comparadas aos homens, o que pode estar relacionado às diferenças nos padrões de consumo alimentar, gasto energético e às questões de gênero.
Apenas na faixa etária entre 25 e 44 anos foi encontrado aumento significativo da prevalência de obesidade mórbida, o que pode ser atribuído a fatores sociais e ambientais, como independência financeira, estresse no trabalho, tempo reduzido para realizar atividade física e maior acesso a alimentos ultraprocessados.
Embora tenha sido encontrado um aumento da prevalência de obesidade mórbida para todos os níveis de escolaridade, os indivíduos com 0 a 8 anos de estudo apresentaram maiores prevalências durante todo o período analisado. A baixa escolaridade pode estar relacionada à restrição de informações e ao consumo de alimentos de baixo custo e baixo valor nutricional.
A obesidade mórbida (ou obesidade grave grau III) é definida pelo Índice de Massa Corporal (IMC) ≥ 40kg/m2 e está relacionada às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), complicações metabólicas, doenças cardíacas, distúrbios musculoesqueléticos e alguns tipos de câncer, sendo responsável pelo aumento da morbidade, mortalidade e dos custos dos cuidados de saúde.
O aumento na prevalência da obesidade, e especialmente da obesidade mórbida, constitui um alerta para a urgência de se adotar medidas que contribuam para seu controle e redução!