Coronavirus e obesidade: médicos discutem o papel da industria de alimentos na promoção de uma alimentação pobre ou não saudável

Artigo “The impact of junk food marketing regulations on a food sales: an ecological study”
28 de abril de 2020
Artigo “Nutritional quality of foods and non-alcoholic beverages advertised on Brazilian free-to-air television: a cross-sectional study”
5 de maio de 2020

 

Aseem Malhotra, um cardiologista britânico, culpou a indústria de alimentos por “normalizar” os alimentos ultraprocessadas, mesmo com o surgimento de mais evidências de que uma dieta pobre é a raiz do aumento de mortalidade por Covid-19.

Ao analisar as condições subjacentes de pacientes com Covid-19, fatores de risco como obesidade, doença cardíaca, diabetes, doença pulmonar crônica e hipertensão estavam relacionados a casos mais graves da doença. Segundo novo estudo do Centro de Controle de Doenças dos EUA, a obesidade é o maior fator de risco para morte por Covid-19 em indivíduos com menos de 50 anos, com base em dados a partir de Março e de 99 países e 14 estados. Quase 60% dos pacientes entre 18 e 49 anos eram obesos. Sendo também o maior fator de risco entre 50 e 64 anos, presente em 49% dos pacientes dessa faixa etária e o segundo maior fator para aqueles com mais de 65 anos, presente em 41% os pacientes.

Robert Lustig, professor de endocrinologia da Universidade da Califórnia, aponta que o Covid-19 não distingue quem infecta, mas distingue quem mata. Além dos idosos, os mais afetados são os negros, obesos e/ou com condições pré-exigentes. Ainda segundo Lusting, o que distingui esses três grupos dos demais é o consumo de alimentos ultraprocessados.

Condições como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão estão ligadas a alimentação e, segundo o Dr. Aseem Malhotra, “o aumento da mortalidade por Covid se você tiver uma junção destas condições é 10 vezes maior”. Ele também falou sobre a possibilidade de reverter essas condições com mudanças na dieta e estar em um estado muito mais saudável para lidar e sobreviver com o Covid-19. Ainda, negou que a crise de obesidade no Reino Unido seja uma questão de responsabilidade individual e lamentou o fato de que a indústria de alimentos conseguiu disponibilizar esses produtos para qualquer pessoa em qualquer lugar e a qualquer momento. Neste sentido, a redução da disponibilidade e da acessibilidade financeira aos alimentos ultraprocessados é fundamental.

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