Artigo “Influência do excesso de peso e da obesidade nos gastos em saúde nos domicílios brasileiros”

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No post anterior, trouxemos um artigo que avaliou o custo da hipertensão, diabetes e obesidade para o Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando que mais de 50% dos gastos em saúde no Brasil decorrem do pagamento por serviços e produtos relacionados a saúde pelas famílias e mantendo este olhar para os custos envolvidos nas Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, abordaremos nesta publicação um estudo que avaliou a influência do excesso de peso e obesidade sobre os gastos em saúde nos domicílios brasileiros.

Este artigo, publicado em 2015, utilizou os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, um inquérito com representatividade nacional que envolveu 55.970 domicílios. A partir destes dados, foram estimados os gastos familiares privados em saúde, que compreendem os gastos por desembolso direto, incluindo a aquisição de medicamentos e o pagamento por serviços de assistência à saúde, e avaliado o estado nutricional dos moradores dos domicílios. Também foram utilizados os dados referentes à renda domiciliar per capita e às características sociodemográficas dos domicílios. Os gastos mensais em saúde e seus componentes foram analisados segundo o número de indivíduos com excesso de peso e com obesidade nos domicílios (nenhum, um, dois, três ou mais indivíduos).

O estudo apontou que dos 55.970 domicílios brasileiros estudados, apenas 24% não tinham nenhum indivíduo com excesso de peso em sua composição, aproximadamente 13% apresentavam três ou mais indivíduos com excesso de peso e 32% tinham ao menos um indivíduo com obesidade em sua composição.

Os gastos com saúde nos domicílios brasileiros foram em média R$ 249,53 mensais, sendo, em média, 23% destinados à aquisição de medicamentos e 55% ao pagamento de planos de saúde. Considerando os diferentes níveis de renda, os gastos com saúde comprometeram 6% da renda da população mais pobre (1º terço da renda, que equivale aos 33% mais pobres), 4,4% para a população com nível intermediário de renda (2º terço da renda) e, entre os mais ricos (3º terço, os 33% mais ricos da população), o comprometimento foi de cerca de 3,4% da renda do domicílio.  Verificou-se que a presença e o aumento do número de indivíduos com excesso de peso e com obesidade nos domicílios, com maior magnitude para a obesidade, resultaram em maiores gastos em saúde, com destaque para os gastos com medicamentos e planos de saúde. Comparados a domicílios sem nenhum indivíduo com obesidade em sua composição, ter um indivíduo com obesidade no domicílio resultou em 15% a mais nos gastos, ter dois indivíduos com obesidade em 40% a mais e ter três ou mais resultou em um gasto em saúde 195% superior.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

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