Benefícios esperados do aumento de impostos sobre alimentos no México

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A obesidade é uma epidemia global, que teve sua prevalência quase triplicada desde 1975. O aumento no consumo de alimentos não essenciais densos em energia, caracterizados por um alto teor calórico e baixos componentes nutricionais, como os ultraprocessados, tem sido associado ao aumento das taxas globais de obesidade.

Em 2014, o México implementou um imposto de 8% sobre alimentos não essenciais densos em energia que excedem 275 calorias por 100 g para melhorar a qualidade da dieta e reduzir a prevalência da obesidade no país. Embora esse imposto tenha mostrado resultados promissores na redução das compras desses itens e na diminuição das taxas de obesidade em crianças, seu potencial pode ser limitado pela taxa de imposto relativamente baixa.

Diante desse cenário, foi desenvolvido um estudo com o objetivo de avaliar o potencial impacto do aumento do imposto existente sobre alimentos não essenciais densos em energia no peso corporal, índice de massa corporal (IMC), prevalência de obesidade e casos de obesidade na população adulta mexicana.

Foram utilizados dados de consumo, informações antropométricas e socioeconômicas da população adulta da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição de 2018 (ENSANUT-2018). Foram feitas simulações considerando um total de 16%, 24% e 32% de imposto, considerando um aumento do imposto existente de 8%. Para isso, foram usados modelos matemáticos de micro simulação, que simulam o balanço energético dos adultos e o traduz em mudanças de peso corporal. Os resultados foram estratificados por sexo, nível socioeconômico e faixa etária, para identificar grupos que mais se beneficiam do imposto sobre alimentos não essenciais densos em energia.

Dobrar o imposto existente (16%) poderia resultar em uma redução média de peso de 0,4 kg, o que resultaria em uma queda de 0,2kg/m² no IMC médio da população. Além disso, haveria uma redução de 3,2% na prevalência de obesidade ao longo de 10 anos, o que poderia traduzir-se em 1,06 milhão de casos de obesidade evitados no total.

Se o imposto sobre alimentos não essenciais densos em energia fosse quadruplicado (32%), poderia ser esperado uma perda média de peso de 1,2 kg, com uma redução média prevista de 0,5 kg/m² no IMC. Poderia haver, nesse caso, uma redução de 8,8% na prevalência de obesidade, prevenindo, então, 2,94 milhões de casos de obesidade. Homens, indivíduos de baixa renda e adultos com idades entre 20 e 39 anos se beneficiariam mais, mostrando uma maior redução esperada na obesidade.

Pesquisas futuras devem explorar os efeitos do aumento do imposto sobre alimentos não essenciais densos em energia em conjunto com subsídios para alimentos saudáveis para melhorar a efetividade em termos de desfechos em saúde e abordar preocupações de equidade e justiça. O imposto sobre alimentos não essenciais densos em energia no México serve como um exemplo convincente para outras nações que enfrentam desafios semelhantes, pois inclui uma ampla gama de alimentos ultraprocessados, mostrando como a tributação pode promover hábitos alimentares mais saudáveis e reduzir as taxas de obesidade.

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