Associação entre adiposidade e incidência e mortalidade por câncer

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A obesidade tem uma forte associação com o aumento da incidência e da mortalidade prematura por alguns tipos de câncer. Evidências recentes sugerem que um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado está associado a um risco maior para 12 tipos de câncer (colorretal, mama em mulheres pós-menopáusicas, esofágico, pancreático, fígado, rim, oral, faringe e laringe, cárdia de estômago, vesícula biliar, ovário, próstata e útero). Entretanto, existem evidências limitadas sobre a relação entre câncer e outros marcadores de adiposidade e se essas associações são lineares ou não.

Um estudo publicado em janeiro de 2021 teve como objetivo investigar a associação de seis marcadores de adiposidade (IMC, percentual de gordura, relação cintura-quadril, relação cintura-altura, circunferência da cintura e circunferência do quadril), com a incidência e mortalidade de 24 cânceres.

Foram estudados 437.393 indivíduos britânicos participantes da coorte prospectiva UK Biobank. Os participantes tinham idade média de 56,3 anos e 53,8% eram mulheres. Os indivíduos foram acompanhados durante 8,8 anos para avaliar a incidência de câncer e 9,3 anos para avaliar a mortalidade. Durante este período de acompanhamento, 47.882 indivíduos desenvolveram câncer e 11.265 morreram devido ao câncer.

Como resultado, o estudo encontrou que todos os marcadores de adiposidade avaliados tiveram associação semelhante com a incidência geral de câncer. Níveis mais elevados de adiposidade, independente do marcador de adiposidade usado, foram associados de forma linear com maior incidência de câncer de fígado, rim, estômago, pâncreas, bexiga, vesícula biliar, câncer colorretal, endometrial, uterino e de mama. Se as associações observadas forem causais, reduzir o IMC de indivíduos obesos para a faixa de eutrofia pode prevenir em 43,8%, 39,2% e 29,9% a incidência e em 63,8%, 46,1% e 39,8% a mortes por câncer de endométrio, de útero e de vesícula biliar, respectivamente.

Como implicações clínicas importantes, os resultados deste estudo sugerem que os marcadores de adiposidade central (circunferência da cintura e do quadril) e geral (percentual de gordura corporal e IMC) resultaram em estimativas de risco semelhantes, portanto, o uso do IMC, uma medida simples e de baixo custo, é adequado para o rastreamento clínico em termos de risco de câncer e não tendo vantagens em usar medidas mais dispendiosas. Um importante achado clínico do estudo é que uma proporção significativa de cânceres poderia ser prevenida pela redução da obesidade.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

 

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