Associação entre excesso de peso e obesidade e mortalidade – Brasil e Argentina

Um estudo publicado em 2019 mostrou que a taxa de mortalidade geral foi maior nas capitais brasileiras e províncias argentinas que apresentaram maiores prevalências de obesidade.

A grande maioria dos estudos que avaliaram a associação entre excesso de peso e mortalidade foram realizados em países de alta renda, sendo escassas as evidências para esta relação na população adulta tanto do Brasil, quanto da Argentina. Visando preencher esta lacuna, este estudo se propôs a estudar a relação entre a prevalência de excesso de peso e obesidade com as taxas de mortalidade geral e específicas nas capitais brasileiras e províncias argentinas.

Foram utilizados os dados da pesquisa VIGITEL de 2014, realizada nas capitais brasileiras e da III Pesquisa Nacional de Fatores de Risco (ENFR – Encuesta Nacional de Factores de Riesgo) de 2013, realizada nas províncias argentinas. Ambos os estudos são de base populacional, realizados com a população adulta (idade igual ou superior a 18 anos).

As características socioeconômicas também estiveram relacionadas com a obesidade no Brasil. As capitais brasileiras com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apresentaram tendência de menor prevalência de obesidade, enquanto na Argentina, o IDH não esteve associado à situação nutricional nas províncias.

Os achados do estudo sustentam a hipótese de que o IMC elevado aumenta o risco de mortalidade para a população estudada. A explicação é que o excesso de tecido adiposo que caracteriza a obesidade promove distúrbios metabólicos nos diferentes sistemas do organismo, expondo os indivíduos a um maior risco de morbidade, tais como câncer, doença hepática, doença renal, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias, levando assim a uma mortalidade precoce.

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