Percepções de campanhas de saúde pública antiobesidade entre pessoas com transtorno alimentar

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Com o aumento da incidência (casos novos) e da prevalência (frequência de indivíduos) de sobrepeso e obesidade no mundo, muitas campanhas de saúde pública têm sido desenhadas para deter o avanço da obesidade.

Pesquisas recentes destacam os efeitos potencialmente prejudiciais das campanhas de saúde pública antiobesidade entre públicos vulneráveis, como aqueles em risco de ou diagnosticados com transtornos alimentares. Neste sentido, artigo publicado em 2022 teve como objetivo explorar, por meio de uma abordagem qualitativa, como indivíduos com transtorno alimentar percebem as campanhas antiobesidade do mundo.

Doze entrevistas foram realizadas com participantes com diagnóstico atual ou anterior de transtorno alimentar, usando a abordagem da Análise Fenomenológica Interpretativa (essa abordagem busca compreender as formas como os indivíduos dão sentido e vivenciam aos fenômenos). Os participantes assistiram a uma série de campanhas reais de saúde pública e, usando um roteiro de entrevista semiestruturado, foram questionados sobre suas percepções quanto às imagens utilizadas.

Dentre os diversos temas levantados pelos participantes, foi evidenciado o sentimento de que as campanhas antiobesidade tinham o potencial de confirmar pensamentos e comportamentos característicos de transtornos alimentares (como o medo da comida e de ganhar peso) e poderiam atuar como possíveis gatilhos. Os participantes também sentiram que as estratégias utilizadas poderiam impactar grupos vulneráveis ​​(por exemplo, público jovem) e estigmatizar aqueles que vivem em corpos maiores (como aqueles com obesidade grave).

O artigo conclui sobre a importância da reformulação das campanhas em saúde pública para conter o crescimento da prevalência de sobrepeso e obesidade e que é preciso uma maior atenção para evitar campanhas que possam causar danos a públicos vulneráveis.

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