Posicionamento da Federação Mundial de Obesidade sobre o estigma do peso

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O estigma do peso pode ser definido como o estigma social e a discriminação que os indivíduos com obesidade estão suscetíveis a sofrer devido exclusivamente ao seu peso corporal. Tal estigma é considerado um determinante social significativo da saúde que afeta diretamente o contexto biopsicossocial, além de ser um dificultador para a equidade em saúde e os objetivos de desenvolvimento sustentável. Portanto, é essencial considerar como o estigma do peso pode estar impedindo a promoção da saúde globalmente.

 

Dada esta importância, um grupo de especialistas convocado pela Federação Mundial de Obesidade se reuniu para revisar as evidências sobre o estigma do peso no contexto das práticas de prevenção e gerenciamento da obesidade em diferentes regiões do mundo.

 

A revisão buscou investigar como as narrativas sobre a obesidade, alimentação e atividade física, bem como a linguagem científica e pública, podem contribuir para o estigma do peso. O impacto do estigma do peso ao longo dos diferentes ciclos da vida também foi avaliado. Após seções de revisão, foram realizadas nove recomendações para pesquisa global em saúde e esforços para promoção da saúde com intuito de reduzir narrativas prejudiciais acerca da obesidade, tanto dentro quanto fora dos contextos de saúde. São elas:

 

  • Diferenciar o termo “tamanho corporal” e “obesidade”;
  • Utilizar uma linguagem centrada na pessoa, colocando o indivíduo antes de seu diagnóstico ou identidade estigmatizada;
  • Considerar as preferências linguísticas individuais em relação aos termos relacionados ao peso;
  • Utilizar linguagem e imagens não estigmatizantes;
  • Praticar uma promoção à saúde não centrada no peso, visando a saúde integral;
  • Engajar esforços legislativos e políticos para redução do estigma do peso;
  • Promover abordagens baseadas em direitos humanos para combater a discriminação e o estigma do peso;
  • Aumentar a conscientização sobre o estigma do peso;
  • Fomentar evidências científicas globais sobre este estigma.

 

Por fim, os autores concluem que o aumento dos esforços em combater o estigma do peso pode possibilitar a representação precisa e equitativa de pessoas de todos os tamanhos, apoiando corpos e mentes saudáveis e promovendo sociedades que abraçam a diversidade corporal e a inclusão de todas as pessoas no contexto da saúde e bem-estar.

 

Acesse o texto completo em:

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/obr.13642?s=03

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