Associação entre Índice de Massa Corporal e qualidade de vida

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A obesidade é uma doença crônica complexa e está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, respiratórias, endocrinológicas, pior bem-estar mental e interações sociais negativas. Estes problemas de saúde parecem mediar a associação entre a obesidade e a redução na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Uma análise da Pesquisa de Saúde da Inglaterra (PSI) de 2003, representativa nacionalmente, revelou uma associação assimétrica em forma de U invertido entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e a QVRS. No entanto, nos últimos anos, a obesidade aumentou na população e uma análise atualizada forneceria uma oportunidade para compreender melhor a QVRS nos indivíduos com obesidade, que constituem uma proporção substancial e crescente da população.

Neste contexto, um estudo publicado recentemente teve como objetivo fornecer uma estimativa atualizada da associação entre IMC e QVRS na população da Inglaterra, utilizando dados da PSI de 2017 e 2018. Além disso, o estudo também buscou identificar subgrupos populacionais com maiores ganhos potenciais com intervenções contra a obesidade e, assim, orientar a tomada de decisões políticas para maximizar os retornos para a saúde e para a sociedade.

A PSI é um relatório anual, representativo nacionalmente e criado em 1991 para monitorar a saúde e os cuidados da população da Inglaterra. Foram incluídos no estudo 12.158 adultos, que representou a amostra com dados consistentes de IMC e QVRS. A QVRS foi medida por meio de questionário autoadministrado (EQ-5D-5L), que investiga cinco domínios da saúde, incluindo mobilidade, autocuidado, atividades habituais, dor/desconforto e ansiedade/depressão. Todos os dados de altura e peso (exceto em indivíduos com peso ≥ 130kg) foram coletados utilizando protocolos padronizados por meio de um entrevistador treinado para o cálculo do IMC.

Os indivíduos com obesidade apresentaram menor média de QVRS, assim como os entrevistados com comorbidades, em comparação com aqueles de peso adequado e aqueles sem comorbidade, respectivamente. Homens em todas as categorias de IMC, exceto aqueles com baixo peso, relataram maior QVRS em comparação com as mulheres. Foi encontrada uma associação significativa entre QVRS e IMC entre homens e mulheres quando controladas por idade, etnia, escolaridade, ocupação, tabagismo e comorbidades relacionadas à obesidade, que apresentou relação em forma de U invertido. A média de QVRS atingiu um pico associado ao IMC médio de 25,7kg/m2 em homens e 22,6kg/m2 em mulheres e foi reduzida nas faixas de IMC com baixo peso, sobrepeso e obesidade.

Os resultados deste estudo destacam os benefícios na QVRS com a redução do IMC dentro das faixas de sobrepeso e obesidade e fornecem informações importantes que apoiam o desenvolvimento de políticas direcionadas para pessoas com obesidade.

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