Artigo: Alimentos ultraprocessados e desfechos em saúde: uma revisão narrativa

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A compreensão de que os alimentos ultraprocessados são alimentos “não saudáveis” e que contribuem para uma pior qualidade da alimentação tem sido reportada vastamente pela literatura científica. Entretanto, poucas considerações tem sido feitas sobre os alimentos ultraprocessados em estratégias que visem a promoção de saúde da população.

Partindo do pressuposto de que um passo importante para superar essa lacuna é a revisão de evidências sobre associações entre o consumo de alimentos ultraprocessados e os resultados adversos à saúde, um grupo de pesquisadores da Austrália e Noruega publicaram no último mês, uma revisão narrativa sobre o assunto. O objetivo da revisão foi identificar e avaliar sistematicamente os achados de estudos realizados com indivíduos saudáveis (adultos, adolescentes e crianças) que investigaram associações entre o consumo de alimentos ultraprocessados e resultados/desfechos em saúde.

Foram incluídos 43 estudos na revisão e, destes, a maioria (79%) publicados a partir de 2018. A maioria dos estudos incluídos foram conduzidos no Brasil (n=16), e os demais foram conduzidos na França (n=8), Espanha (n=6), Estados Unidos (n=4), Canadá (n=2), Inglaterra (n=2), Suécia (n=1), Líbano (n=1) e Malásia (n=1). Os estudos do tipo transversal (n=19) e de coorte prospectiva (n=19) foram a maioria dos incluídos na revisão.

Dos 43 estudos avaliados, 37 (86%) mostraram uma associação direta entre o consumo de alimentos ultraprocessados e pelo menos um efeito adverso à saúde. Entre os efeitos adversos encontrados nos adultos destacam-se: sobrepeso, obesidade, riscos cardiometabólicos, câncer, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, síndrome do intestino irritável, depressão, asma e mortalidade por todas as causas. Nas crianças e adolescentes os efeitos adversos incluíam riscos cardiometabólicos e asma.

Nenhum estudo avaliado relatou associação entre alimentos ultraprocessados e resultados benéficos para a saúde e os resultados benéficos foram associados a dietas com maior consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.

As evidências encontradas nesta revisão apoiam o uso de alimentos ultraprocessados como um conceito científico para avaliar a “saudabilidade” dos alimentos dentro de um contexto de padrão alimentar e para fomentar o desenvolvimento de diretrizes e ações políticas de alimentação e nutrição, como por exemplo na regulação da rotulagem de alimentos ultraprocessados.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

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